PIZZA BIOLÓGICA

PIZZA BIOLÓGICA

Este projecto contemplou a construção de uma horta biológica em forma de pizza, na qual as crianças e famílias podem semear, regar, mondar e colher o que plantam, utilizando esses alimentos nas próprias refeições da creche. Para além de desmistificar o conceito de pizza como alimento calórico e pouco nutritivo, com este projeto pretendemos educar as crianças para os bons hábitos ambientais, alimentares e sensibilizar para a agricultura biológica.

Mais de 30 crianças “trabalham a terra” na “Pizza Biológica”

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Por semana, estão envolvidas nos trabalhos da horta mais de 30 crianças, “desde as que ainda estão a aprender a andar até às que frequentam o 1º Ciclo do Ensino Básico”

Ao verem os legumes a crescer na terra, as crianças começaram a ter menos receio em provar hortícolas, leguminosas e frutas, em comparação com outro alimento que não sabem de onde vem.

REGIONAL Diário Açores dos Ano 146º 1 de Maio 2015
www.diariodosacores.pt

A Olhar Poente, uma Instituição Particular de Solidariedade Social na ilha Terceira, desenvolveu há quatro anos o projecto “Pizza Biológica”. Ao Diário dos Açores, Sérgio Nascimento, Coordenador Pedagógico da IPSS, faz nos o balanço dessa actividade, que semanalmente envolve mais
de 30 crianças de todas as idades. “O balanço é extremamente positivo”, diz, acrescentando que “é uma sensação maravilhosa observar a paixão que as crianças sentem quando estão a ‘trabalhar a terra’… não há palavras que o transmitam. Sentir a brisa do mar, o sol, os cheiros da natureza, a terra, a água. Calçar botas de cano e enchadinha na mão.

Acompanhar o crescimento das plantas, mas também de todos nós”. A “Pizza Biológica” surgiu com
o Projecto Educativo “Educação Ambiental” da Creche e ATL Rural “Olhar Infantil”, que envolveu a “construção de uma horta em forma de pizza (desmistificando o conceito de alimento calórico e pouco nutritivo), a qual trabalhamos com base nos princípios da agricultura biológica. É um projecto que veio para ficar, pois as crianças podem mondar, semear/plantar, regar e colher, utilizando esses produtos nas suas refeições”, explica.

Ao verem os legumes a crescer na terra, as crianças começaram a ter menos receio em provar hortícolas, leguminosas e frutas, em comparação com outro alimento que não sabem de onde vem. “Damos um pequeno contributo para a qualidade de vida das crianças, e segundo as famílias, em casa são os próprios
filhos que incentivam ao hábito de uma alimentação saudável”.

Sérgio Nascimento conta-nos que, por semana, estão envolvidas nos trabalhos da horta mais de 30
crianças, “desde as que ainda estão a aprender a andar até às que frequentam o 1º Ciclo do Ensino Básico.

Mas não só. O projecto envolve visitas de escolas e outras instituições, mas também Tertúlias para
Pais onde se aborda a alimentação saudável e agricultura biológica. É um projecto amplo. Aqui é um orgulho para a criança ter um Super Pai Agricultor”, destaca.

A Olhar Poente tem por objectivo contribuir para a promoção, bem-estar social e desenvolvimento
da população da Vila Nova, município da Praia da Vitória, bem como de outras freguesias da ilha e região onde se justifique a sua intervenção. Tem como objectivo prioritário, segundo Sérgio Nascimento, “a promoção de um serviço educativo de qualidade e ao qual todos, sem excepção, possam aceder”.
Actualmente, tem cinco auxiliares de acção educativa supervisionadas pelas educadoras de infância Sandra Serpa e Sofia Mourato, que também compõem a Direcção Pedagógica. “É um incentivo à empregabilidade feminina nas zonas rurais”, refere, aproveitando para “enaltecer o papel destas mulheres, que numa pequena mas desenvolvida freguesia, amam cada criança como sua filha ou filho se tratasse. E isso é gratificante. Torna-os fortes, confiantes e capazes de superar os receios neste novo mundo crescido”.

Para além da Creche e ATL Rural, Babysitting e Centro de Explicações, a Olhar Poente também disponibiliza o serviço de Terapia da Fala.

Questionado sobre os projectos que a instituição tem para o futuro, o coordenador admite que “tudo irá depender da celebração de acordos de cooperação com o Governo dos Açores”, pois “vivemos uma época muito sensível para as famílias que só podem inscrever os filhos se existirem mensalidades ajustadas aos seus rendimentos”, afirma. “Conseguido isso, pretendemos dar continuidade ao projecto ‘Pizza Biológica’, mas de uma forma mais abrangente. Muito nos entusiasmava que outras instituições, e porque não noutra ilha, implementassem o projecto e num futuro próximo com intercâmbios para partilha de saberes.

Pela experiência acumulada, aliás muito positiva, continuaremos a educar para o optimismo, convictos
de que colaboramos para a fixação das crianças à terra onde nasceram e da qual fazem parte as suas gerações”, finaliza. Mais de 30 crianças “trabalham a terra” na “Pizza Biológica” Por semana, estão envolvidas nos trabalhos da horta mais de 30 crianças, “desde as que ainda estão a aprender a andar até às que frequentam o 1º Ciclo do Ensino Básico”

Ao verem os legumes a crescer na terra, as crianças começaram a ter menos receio em provar hortícolas, leguminosas e frutas, em comparação com outro alimento que não sabem de onde vem por Sílvia Aguiar
Projecto foi implementado há quatro anos e tem sido um sucesso

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